A utilização dos fitoterápicos tem conquistado um bom espaço entre os profissionais de saúde, indicando que o futuro de tratamentos pode estar, também, em raízes do passado.
A fitoterapia se encaixa hoje nas chamadas práticas integrativas no cuidado à saúde, e à medida que a eficácia desses compostos naturais é cada vez mais comprovada, seu espaço no tratamento de diversas doenças é ainda mais legitimado.
O alto rigor científico atual, os processos industriais bem controlados e a regulação de órgãos oficiais, como a Anvisa e Organização Mundial da Saúde – OMS, faz com que cada produto à base de plantas medicinais tenha a seu favor credibilidade terapêutica, algo importantíssimo em qualquer conduta clínica.
Neste artigo, você vai entender como os fitoterápicos funcionam, quando é possível indicá-los e quais cuidados tomar na hora de prescrevê-los. Boa leitura!
Afinal, o que é um medicamento fitoterápico?
Em resumo, um medicamento fitoterápico é produzido exclusivamente a partir de plantas medicinais. Mas diferente de chás ou infusões, eles passam por processos industriais padronizados em sua formulação, que levam em conta aspectos como controle de dosagem, pureza e estabilidade dos princípios ativos daquela planta.
Esses princípios podem ser extraídos de diversas partes da planta – raízes, folhas, flores ou sementes – e são transformados em cápsulas, comprimidos, pomadas, xaropes e até em óleos essenciais.
Todo fitoterápico precisa ser prescrito por um profissional de saúde habilitado, independente da indicação terapêutica. Além disso, seu registro na Anvisa é obrigatório para que o produto possa ser comercializado legalmente.
Planta medicinal e medicamento fitoterápico são a mesma coisa?
Não! Plantas medicinais são aquelas que conhecemos desde sempre, como chá de camomila, hortelã, entre outros. Esse conhecimento, passado entre muitas gerações, tem seu valor e pode ajudar até hoje no controle de alguns sintomas, mesmo sendo importante saber que o uso dessas plantas exige muita cautela. Isso porque o preparo mal feito e a utilização sem critério pode, em vez de melhorar uma condição, até piorá-la.
E é exatamente aí que está a principal diferença: um medicamento fitoterápico é sim feito de plantas medicinais, mas precisa passar por diversos processos de verificação, análise e autorização para garantir que o produto final seja seguro, tenha eficácia comprovada e sua qualidade padronizada.
Tudo isso garante também que os riscos de contaminação das soluções sejam menores, o que no contexto clínico faz toda a diferença quando falamos de segurança do paciente.
Por ser natural, fitoterápicos estão isentos de efeitos colaterais?
Apesar de serem sim de origem natural, os fitoterápicos podem provocar reações adversas nos usuários. Por isso, é muito importante que um profissional de saúde que tenha experiência no tema oriente seus pacientes sobre a utilização e evite problemas como intoxicações e interação negativa com outros medicamentos.
É preciso estar atento a pontos, como:
- Riscos de automedicação;
- Possíveis efeitos colaterais;
- Grupos que requerem mais atenção, como gestantes, lactantes, crianças e pacientes com comorbidades.
Em caso de qualquer suspeita de problema relacionado ao uso de fitoterápicos, é fundamental buscar orientação de um médico especialista e reavaliar o uso do medicamento.
O reconhecimento da OMS e o registro da Anvisa na fitoterapia: garantia de segurança.
A Organização Mundial da Saúde – OMS, reconhece os fitoterápicos como parte das Medicinas Tradicionais, Complementares e Integrativas (MTCI), práticas usadas em muitos países para promover, prevenir e recuperar a saúde dos pacientes. No Brasil, essas práticas são incorporadas ao SUS por meio das Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (Pics), já presentes em centenas de municípios.
Para que qualquer medicamento fitoterápico seja comercializado no Brasil, é necessário que ele tenha registro na Anvisa. Esse processo segue critérios rigorosos que ajudam a evitar produtos de procedência duvidosa e a reduzir os riscos de efeitos adversos.
- Portanto, ao orientar um paciente sobre o uso de fitoterápicos, sempre verifique se:
- O produto tem número de registro MS válido;
- Contém o nome botânico da planta;
- Possui informações sobre o farmacêutico responsável;
- Apresenta canais de atendimento da empresa fabricante.
Todo esse critério garante mais segurança no momento em que um fitoterápico é indicado para tratar qualquer condição de saúde.
E quando indicar um fitoterápico?
Atualmente, os fitoterápicos são amplamente utilizados no manejo de diversas condições de saúde. Porém, é preciso ressaltar que seu uso deve sempre considerar uma avaliação individualizada, o histórico do paciente e os riscos de interações medicamentosas.
No caso da Cannabis Medicinal, fitoterápico regulamentado no Brasil, ela oferece várias várias opções de tratamento e possui efeito:
- Anticonvulsivo;
- Anti-inflamatório;
- Antidepressivo;
- Analgésico;
- Anti-hipertensivo;
- Terapêutico que alivia dores.
Levando esses questões em conta, a Cannabis Medicinal se torna uma alternativa para cuidar de condições, como:
- Doenças psicossomáticas;
- Diabetes;
- Doença de Parkinson;
- Doenças Crônicas em geral;
- Epidermólise Bolhosa.
No caso da Epidermólise Bolhosa — uma condição rara que afeta cerca de 4 a cada 1 milhão de crianças no Brasil e compromete significativamente a qualidade de vida —, o uso da Cannabis Medicinal tem chamado a atenção da comunidade científica. Esse fitoterápico vem se destacando por seus benefícios promissores no alívio dos sintomas e na promoção do bem-estar dos pacientes.
Ainda assim, é importante reforçar: o uso da Cannabis na Epidermólise Bolhosa está em constante investigação, e novos estudos seguem em andamento para aprofundar e aprimorar essa abordagem terapêutica com segurança e evidência científica sólida.
Conclusão: você já considerou os fitoterápicos no seu protocolo terapêutico?
Com tantos avanços na medicina integrativa, deixar de lado os fitoterápicos pode significar ignorar uma forma de cuidado muito interessante para diversos pacientes. No caso da Cannabis Medicinal, significa perder a oportunidade de oferecer algo seguro, natural e que está baseado cada vez mais em evidências clínicas e científicas.
Seja no manejo de condições complexas ou como aliada em tratamentos contínuos, ela vem ganhando espaço entre profissionais de saúde que já conhecem sua eficácia.
No site da Veris, você encontra uma área onde apresentamos um pouco melhor sobre a Cannabis Medicinal. Nela, é possível obter mais informações sobre o tema, com a seriedade e detalhismo de informações que esse tipo de tratamento exige.
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Referências:
1 – Medicamentos fitoterápicos: saiba o que são e os cuidados com seu uso – Secretária Municipal de Saúde de São Paulo
Disponível em: https://capital.sp.gov.br/web/saude/w/noticias/341576#:~:text=Estes%20medicamentos%20se%20utilizam%20dos,na%20pele%2C%20artrite%20e%20outros.
2 – Folder Fitoterápicos – Anvisa
Disponível em: https://www.gov.br/anvisa/pt-br/centraisdeconteudo/publicacoes/medicamentos/publicacoes-sobre-medicamentos/folder-sobre-fitoterapicos.pdf
3 – Softcann Fitoterápicos – Veris Saúde
Disponível em: https://verissaude.com.br/softcann/