Feridas cavitárias: o que são, por que surgem e como cuidar?

Feridas Cavitárias

Lidar com feridas complexas faz parte da rotina de muitos profissionais de enfermagem. Mas quando se trata das chamadas feridas cavitárias, o desafio clínico costuma ser ainda maior. Essas lesões exigem atenção redobrada, manejo criterioso e conhecimento técnico atualizado para garantir a melhor resposta possível ao tratamento.

Neste artigo, vamos explorar o que são as feridas cavitárias, por que elas se formam, como identificá-las corretamente e, principalmente, quais os cuidados indicados na prática clínica. Tudo isso com base em protocolos atualizados e fontes oficiais de saúde.

Vamos juntos? Boa leitura!

O que são feridas cavitárias?

Feridas cavitárias são aquelas que apresentam uma cavidade, ou seja, um espaço interno além do que se vê superficialmente. Essa cavidade pode conter desvios, túneis, trajetos ou bolsas, e sua identificação precisa é fundamental para que o tratamento tenha sucesso .

É importante destacar que nem sempre essa cavidade é facilmente visível. Muitas vezes, o orifício de entrada da lesão parece pequeno, mas a área interna pode ser extensa, profunda e de difícil mensuração. Por isso, o reconhecimento técnico é um passo essencial no manejo.

Essas feridas podem trazer dificuldades na aplicação de curativos comuns e exigem uma abordagem individualizada.

Como surgem as feridas cavitárias?

Segundo a revisão publicada por Smith, Overland e Greenwood, no periódico Chronic Wound Care Management and Research (2015), as feridas cavitárias podem ter origem aguda ou crônica, influenciadas por múltiplos fatores que comprometem a integridade tecidual e dificultam a cicatrização.

Entre os mecanismos mais comuns associados ao surgimento dessas lesões, estão:

  • Isquemia, que leva à morte celular por falta de oxigenação adequada;
  • Cicatrização anormal ou retardada, causada por doenças sistêmicas;
  • Desnutrição, que afeta diretamente a regeneração tecidual;
  • Tabagismo, infecção e imunossupressão, que comprometem o reparo e aumentam o risco de colonização bacteriana;
  • Pressão prolongada, especialmente em áreas de proeminência óssea, levando à formação de úlceras profundas.

As feridas cavitárias também podem surgir de forma secundária em casos de:

  • Feridas cirúrgicas abertas por segunda intenção (como abscessos drenados ou seios pilonidais);
  • Deiscência cirúrgica, quando a ferida se rompe após o fechamento primário;
  • Traumas graves, como acidentes com perda significativa de tecido;
  • Úlceras do pé diabético, com envolvimento de estruturas profundas;
  • Úlceras por pressão e úlceras venosas crônicas, ambas com risco aumentado de cavitação nos estágios mais avançados da lesão.

Essas feridas tendem a ser mais frequentes em pacientes com comorbidades, idosos, pessoas com mobilidade reduzida ou sob cuidados prolongados, sendo consideradas de difícil manejo por exigirem avaliação constante, controle de infecção e estratégias de curativo específicas.

Como identificar esse tipo de lesão?

O reconhecimento clínico de feridas cavitárias envolve mais do que olhar para a pele. O Protocolo da Prefeitura Municipal de Videira (2021) orienta que se deve fazer a mensuração da profundidade da lesão com auxílio de sonda, sempre com técnica asséptica e delicadeza. Essa sondagem permite compreender a real extensão da ferida, que pode ser maior do que parece à primeira vista.

Alguns sinais que podem indicar a presença de cavidade:

  • Exsudato em volume desproporcional ao tamanho aparente da ferida;
  • Retração das bordas;
  • Odor persistente mesmo após a limpeza;
  • Dor localizada ao redor da lesão.

Em feridas infectadas, a sondagem é essencial para encontrar trajetos ocultos e tratar a lesão de forma eficaz.

Cuidados indicados no manejo de feridas cavitárias

Tratar feridas cavitárias vai muito além de “tapar o buraco” da lesão. É necessário adotar condutas fundamentadas em protocolos, respeitando o tipo de tecido presente, o nível de exsudação, o risco de infecção e as condições gerais do paciente.

As principais recomendações envolvem:

1. Limpeza com solução adequada

Todos os protocolos orientam que a limpeza da ferida seja feita com solução adequada , com o uso de agulha sem ponta ou gaze estéril. Essa limpeza deve remover resíduos, exsudato e facilitar a visualização da cavidade.

Importante: Não se recomenda o uso rotineiro de PVPI, clorexidina ou água oxigenada, pois esses produtos podem retardar a cicatrização e lesionar tecidos viáveis.

2. Preenchimento da cavidade

Uma etapa essencial é o preenchimento correto da cavidade com materiais apropriados, de modo a evitar a formação de espaços mortos e favorecer a granulação tecidual. O curativo não deve ser compactado com força e o ideal é que ele preencha a cavidade de forma suave, mantendo o ambiente úmido e protegido.

3. Escolha de curativos específicos

Nem todo curativo serve para esse tipo de ferida. Por isso, a importância de usar coberturas com alta capacidade de absorção e que permitam trocas com menor trauma.

Neste contexto, temos em nosso catálogo a solução Hydroclean Cavity da Hartmann, um produto desenvolvido especificamente para o tratamento de cavidades com exsudato. Ele combina absorção eficaz com limpeza ativa, favorecendo o ambiente ideal para a cicatrização.

4. Registro e reavaliação constante

É fundamental documentar todos os dados sobre a ferida, desde o aspecto visual até a profundidade, volume de exsudato e dor relatada pelo paciente. Isso permite acompanhar a evolução da lesão e ajustar o plano terapêutico.

Considerações finais: cuidar é bem mais do que tratar

As feridas cavitárias representam um tipo de lesão que exige do profissional de enfermagem não só técnica, mas também atenção, escuta e sensibilidade. Saber reconhecer uma cavidade, escolher o curativo certo e aplicar o protocolo com segurança faz toda a diferença na vida do paciente.

Aqui na Veris Saúde, acreditamos que conteúdo de qualidade também é uma forma de cuidar. É por isso que trazemos temas relevantes como esse, ajudando os profissionais da saúde a tomar decisões mais assertivas no dia a dia.

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Referências: 

1 – Local management of deep cavity wounds – current and emerging therapies | Dovepress Taylor & Francis Group
Disponível em: https://www.dovepress.com/local-management-of-deep-cavity-wounds-ndash-current-and-emerging-ther-peer-reviewed-fulltext-article-CWCMR 

2 – Protocolo de feridas e curativos | Prefeitura Municipal de Videira – Secretaria Municipal de Saúde – Atenção Básica à Saúde
Disponível em: https://servicos.videira.sc.gov.br/uploads/sites/338/2021/12/1311238_PROTOCOLO_FERIDAS_E_CURATIVOS.pdf 

3 – Protocolo de Feridas – Prefeitura de Jundiaí (SP)
Disponível em: https://jundiai.sp.gov.br/saude/wp-content/uploads/sites/17/2025/06/protocolo-de-feridas.pd

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